Penso que nosso sistema é construído com base na falta e no excesso, entretanto somos extremadamente limitados nas sensações e não podemos nos basear numa informação individual (a sensação) como algo confiável.
Perceba:
Ao tato, sabemos da temperatura, se está muito quente ou muito frio, mas não somos capazes de afirmar com precisão se o agradável para um é o mesmo agradável para outro. Da mesma maneira da textura, se algo é macio ou rústico, mas nunca o grau de maciez ou de rugosidade, até mesmo porque não nos educamos durante a vida buscando esmerarmo-nos na transferência verbal da informação sentida.
O mesmo vale para a visão, ou está muito claro, ou muito escuro ou agradavelmente colorido, ou completa ou vagamente embaçado.
À audição, idem, pois nem tudo o que um ser ouve é audível a outro e nem todo som que a uns incomoda a outros é desagradável.
O mesmo vale para o paladar e para o olfato.
A razão da desconfiança é simples: somos - nós humanos sensíveis - todos distintos e não há um padrão de mensuramento que possa ser usado como informação de base.
O que quero dizer é que nossos sentidos são confiáveis apenas ao indivíduo e altamente necessários e úteis, mas não podem ser usados como informação confiável a ser compartilhada com outros por depender da interação apenas do indivíduo com o meio que produz a sensação.
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Penso que nosso sistema é construído com base na falta e no excesso, entretanto somos extremadamente limitados nas sensações e não podemos nos basear numa informação individual (a sensação) como algo confiável.
Perceba:
Ao tato, sabemos da temperatura, se está muito quente ou muito frio, mas não somos capazes de afirmar com precisão se o agradável para um é o mesmo agradável para outro. Da mesma maneira da textura, se algo é macio ou rústico, mas nunca o grau de maciez ou de rugosidade, até mesmo porque não nos educamos durante a vida buscando esmerarmo-nos na transferência verbal da informação sentida.
O mesmo vale para a visão, ou está muito claro, ou muito escuro ou agradavelmente colorido, ou completa ou vagamente embaçado.
À audição, idem, pois nem tudo o que um ser ouve é audível a outro e nem todo som que a uns incomoda a outros é desagradável.
O mesmo vale para o paladar e para o olfato.
A razão da desconfiança é simples: somos - nós humanos sensíveis - todos distintos e não há um padrão de mensuramento que possa ser usado como informação de base.
O que quero dizer é que nossos sentidos são confiáveis apenas ao indivíduo e altamente necessários e úteis, mas não podem ser usados como informação confiável a ser compartilhada com outros por depender da interação apenas do indivíduo com o meio que produz a sensação.
Discordo.
Acho que os sentidos são sim uma fonte de conhecimento razoavelmente confiáveis.
Se eu ouço uma voz ao telefone e essa voz se parece com a da minha esposa, posso dizer com 99% de certeza que é melhor sair do boteco e voltar para casa. Ou seja, o meu sentido da audição estará certo em 99% dos casos.
Porque as coisas na vida seguem um sistema, uma lógica de funcionamento. Logo, os sentidos do corpo não acompanham essa lógica, e sim o cérebro, o pensamento lógico. Por a vida seguir um sistema, não se pode basear o conhecimento na simples matéria, e sim na lógica de funcionamento das coisas. Basear o conhecimento apenas nos sentidos seria como basear um jogo apenas no cenário e na movimentação. Acontece que o jogo tem uma lógica de funcionamento e precisa acompanhá-la, senão só vai apanhar do jogo. Mesma coisa na vida, mas esse apanhar pode significar se machucar, inclusive nos sentimentos.
Porque eles podem ser muito instáveis e passÃveis de interpretações.
Tudo de bom.
Pq são a forma primária de um ser se guiar. Não são de confiar pq muitas vezes induzem no erro. Imagima querer casar com alguém que vc conheceu há duas semanas, só pq vc viu k é atraente e acha que é a pessoa ideal. Nada prova k serão felizes. Trata-se da visão. Não se confia aos órgãos dos sentidos.