Primeiro é bom deixar claro que falo tanto do otimismo quanto do pessimismo sensatos: um otimista sensato é confiante, e um pessimista sensato é precavido.
Diferente dos sensatos, os insensatos se iludem: ou se depreciam ou se julgam acima de si próprios.
D pessimista insensato crê não ser capaz de enfrentar seus problemas.
O otimista insensato crê que pode, certamente, enfrentar o problema.
Saindo as extremidades dessa balança entre pessimismo e otimismo, é muito difícil ficarmos perfeitamente equilibrados, já que estamos sujeitos aos sentimentos no desenvolvimento do nosso raciocínio.
Os sensatos(não perfeitos, pois perfeição não existe) tendem a escolher entre ficar mais para o lado otimista ou para o pessimista.
Estando eu e os respondedores de acordo com o fato de que as maiores conquistas não dependem da sorte(crescimento intelectual, desenvolvimento do amor universal, etc.), especulamos sobre aquelas conquistas menores: dinheiro, status, família(que também é amor, mas não é universal, pois pode acabar), etc.
Um indivíduo pessimista sensato não terá menos vontade do que o otimista, e, conseqüentemente, não terá a desvantagem de se esforçar menos.
Em contrapartida, como essas conquistas não dependem só de nós para conquistar e para manter, o otimista estará em desvantagem pelo fato de esperar mais do mundo do que o pessimista.
Afirmo sem medo que o "pensar positivo", em relação à conquista de bens que não dependem exclusivamente de nós mesmos, é um grande absurdo, e que esse otimismo capitalista nos move ao desespero e à loucura.
Se a morte está rondando um indivíduo, e um otimista enche todos os que o amam de esperanças de que ele viverá, é provável que ele morra independente disso, e esse otimismo bem intencionado otimismo piores a dor dos entes queridos.
Por outro lado, se formos pessimistas e o indivíduo sobreviver, nos alegraremos de ver nosso próprio pessimismo ser esfregados na nossa cara, pois esse mesmo pessimismo tornou a alegria dos que amam e rodeiam o indivíduo maior.
É um grande mito dizer que o pensamento positivo das pessoas interferem nos fatos: a verdade é que quando esses pensamentos acontecem perto de casos de sucesso, são observados, e que, estupidamente, são ignorados na maioria das vezes, quando não servem de nada.
Quando um indivíduo percebe que o otimismo é uma ilusão, o efeito placebo não o ajuda, e acaba o atrapalhando, de forma que é essencial deixarmos a realidade diante de cada um, e de sempre estarmos preparados para o pior.
Espero ver comentários, refutações, aceitações e tudo o mais que não seja limitado a uma ou duas frases baseadas exclusivamente no título da pergunta....
Update:Fernando.
Em relação ao que depende de nós, quanto mais otimista nosso pensamento e nossa atitude for, maior será nossa chance de obter o tão desejado sucesso.
Logo, o otimismo é preferível.
Mas eu dei enfoque nas coisas que não dependem, quase que ao todo, de nós, pois elas são a grande maioria.
Não se pode achar que a dor da expectativa seja tão grande quanto à dor do fato concreto: em geral nossas expectativas têm um peso bem menor que os fatos.
Numericamente falando:
Ao esperarmos o melhor sentimos um prazer 5
Ao esperarmos o pior sentimos um prazer -5(ou desprazer 5)
Digamos que o sucesso do fato nos dê um prazer 10 e o contrário nos dê -10.
Quando se conclui o fato, os sinais se invertem.
O prazer já sentido se subtrai ao do fato, então, se já sentimos 5, sentiremos, depois, só 5.
Sendo assim:
1)O otimista pode ter -15 ou 5
2)E o pessimista pode ter 15 ou -5
3)E o que não tem expectativas pode ter 10 ou -10.
Update 3:Fernando.
pensando melhor, veja por esse angulo.
o tempo tras o costume, então se passamos um ano com a idéia negativa na mente ela deixa de ser algo incômodo para ser normal, assim como a idéia positiva deixa de ser um prazer.
mas a longo prazo, quando chegarem as consequencias, o pessimista, que se sente exatamente como o otimista, estará previnido e ja terá, mesmo, encontrado forma de amenizar sua desgraça, enquanto o otimista será surpreendido e sofrerá mais ao sair do costume positivo.
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Answers & Comments
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Bons raciocínios, Silas. Acho que há algumas nuances a considerar.
Embora você tenha focado aquilo que não depende da gente, vamos falar primeiro do que depende. Eu acho que, nesses casos, em geral, o otimismo é melhor. Por quê? Porque, quando temos uma boa noção de como as coisas funcionam (i.e., quando fazemos um projeto e sabemos como executá-lo), temos a tendência de imaginar todos obstáculos e dificuldades, sem notarmos que é impossível eles acontecerem todos ao mesmo tempo. Além disso, diminuímos nossa própria capacidade de superação. Por isso, ao levantar a cabeça e tocar em frente mesmo sabendo que haverá dificuldades (e acreditando que vai dar), em geral, estamos agindo bem. Claro, eu estou falando por mim e por pessoas próximas. Existem aqueles que se propõem a fazer algo sem saber a dimensão e as dificuldades daquilo, ou então são simplesmente pessoas muito cheias de projetos e idéias, e talvez um pouco de pessimismo faça bem a elas.
Com relação ao que não depende da gente, francamente, não sei o que é melhor. Você mostrou que o pessimismo evita frustrações e nos permite, quiçá, ter mais alegria com o resultado positivo, se vier. Correto. Mas e antes? E o tempo de espera, antes do desfecho, que se torna mais angustiante quando estamos sem boas expectativas? Talvez, ser pessimista seja semelhante a pagar um pouco de tristeza agora pra ter mais alegria (ou menos tristeza) no futuro. Por outro lado, ser otimista é ter alegria agora sob o possível preço de intensificar a dor futura. Então, será que o melhor é não ter expectativa nenhuma? Talvez essa seja a definição de "viver o agora", essa tão alardeada fórmula de felicidade. Talvez não.
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Eu não teria problemas em aceitar seu raciocínio se estivesse convencido de que a conta é simples assim. Mas acho que não é.
Não posso afirmar que o pessimista vai sentir mais prazer com o resultado positivo do que o otimista. Às vezes, inclusive, é mais prazeroso receber um "presente" que a gente já esperava. Às vezes, o pessimista precisa de um tempo pra desfazer seu estado mental pessimista até poder começar a curtir. E não tenho certeza de que o (des)prazer de antes se soma com o (des)prazer de depois. Pode ser que se multipliquem, que tirem o seno, elevem ao quadrado...
Outra coisa que deve ser levada em conta é o tempo. Às vezes, a espera é de meses e o evento é de horas. O caso da morte por doença é um bom exemplo. Então, sofrer com a expectativa, por ser algo duradouro, pode ser pior do que sofrer só na hora.
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Pode ser mesmo que essa questão do tempo funcione desse modo, desde que a espera seja longa o bastante. Pode ser que não. Acho que há casos particulares.
Mas sim eu percebi um problema no seu cálculo, admitindo que a soma seja a maneira certa de calcular. Vejamos:
Se uma pessoa é pessimista, ela tem mais prazer na hora do desfecho, admitamos isso. Então, ela pode ganhar 15 ou -5 para resultados positivos e negativos respectivamente. Porém, a espera já havia causado um desprazer de -5 (desprezando as questões de tempo). Então, somando, o saldo vai de -10 a 10. Com raciocínio semelhante aplicado ao otimista, ele também vai de -10 a 10, como o neutro. Acho que isto é uma conclusão inconcludente, né?
O juízo "é melhor ser pessimista do otimista" já parte de uma avaliação da ótica do pessimista. Um otimista avaliaria exatamente de forma oposta ao juízo do pessimista. No entanto, como pessimista, tenho que concordar com seu juízo, mas com alguma precaução. O pessimismo se caracteriza pela sua avaliação negativa em relação a qualquer aspecto da realidade. Por isso, todo pessimista se considera um realista, que vê com reservas qualquer tipo de idealismo. Nesse sentido, os otimistas serão julgados pelos pessimistas como idealistas, pois sobre a realidade escancarada do mundo acabam construindo um tipo de velamento para escamotear seus horrores. Um pessimista não admite essa atitude idealizada sobre a realidade por considerá-la demasiado igênua.
Mas será que todo pessimista pode suportar o absurdo da realidade de forma nua e crua? Podemos dizer afirmativamente que não. Há casos em que a visão pessimista do mundo serve de obstáculo para algumas pessoas superar as sua própria condição, caindo em estado de profunda resignação perante a sua própria existência. Esta seria a atitude típica do pessimista covarde. Atitude oposta a esta sera a do pessimista corajoso, que apesar de não suprimir seu sentimento negativo em relação a realidade, não se acovarda, pois possui uma atitude afirmativa em relação a vida como ela é, sem o velamento do otimista; encara as adversidades da vida como uma fatalidade inerente a própria concatenação do mundo. Este último pessimista tenta tirar o melhor proveito possível das possibilidades que a vida e o destino lhe reservam sem qualquer tipo de lamentação em relação a tudo que já foi perdido. Seu olhar volta-se em direção ao horizonte e a tudo aquilo que ainda poderá ganhar e perder em sua breve e inexplicável vida. Este tipo de pessimista, pela sua atitude afirmativa em relação ao absurdo da realidade aproxima-se daquilo que se costuma caracterizar como sendo o "Homem Trágico".
Para mim nem otimista nem pessimista prefiro a espera calma e pacifica da realidade sem tristezas ou alegrias prematuras.
(Desculpe a franqueza).
Acho que não se trata de ser melhor para algumas pessoas e sim mais fácil, porque se você já vai pensando que não vai consegui e consegue você fica radiante, mas se você ta todo confiante e o que você queria não aconteceu a decepção é bem maior.
Silas,
Meu amigo, o Pessimismo é um das maiores doutrinas filosóficas da atualidade, sua filosofia está baseada na Lei Pessimista de Murphy, que afirma: "se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará".
No meu conceito pessimista nem os sensatos de Schopehauer, sou filosoficamente otimista!!!
O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.
Winston Churchill
Um abraço, Helda
Silas,
Convivo com uma pessoa assim, pessimista em tempo integral.
Já tivemos discussões intermináveis, sobre esse assunto, e ela sempre me diz que dispensa o uso dos óculos com lentes cor-de-rosa, pq gosta de viver na realidade, e não na ilusão. Confesso que eu não tenho esse talento : não que eu ignore meus momentos de tristeza e descrença, mas, depois de vivenciá-los por um tempo, tento, naturalmente, contorná-los.
E é impressionante, como essa pessoa, que citei, fica nas nuvens, a cada vez que sua visão pessimista é contrariada...parece que ganha alma nova. Rs
Ela diz que foi a maneira que encontrou de não se sentir uma perdedora iludida. =\
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prezado pensador...
a sua idéia é bem colocada e me faz lembrar de várias situações do nosso dia a dia...um exemplo é pessoas se basearem em horóscopo...onde se há alguma previsão boa...ou ruim ...as pessoas acabam acreditando naquilo que lhe convém...e diga se de passagem são coisas genéricas...
outra situação: é o que se pode interpretar olhando para um copo de água até a metade...=>o otimista dirá que o copo está meio cheio...mas o pessimista dirá que o copo está meio vazio...
realmente ficar esperando o pior é menos frustrante...pois o que vier acaba sendo lucro...
nada pode ser mais temeroso do que a derrota...mas só se pode perder se pelo menos se tentar fazer algo...
só não perde quem nunca arriscou...
a vida é um desafio constante...
e não seria melhor se não houvesse os altos e baixos...
mais de baixos do que de altos...fracassos são os ensinamentos...
e =>sucessos são os orgulhos envaidecedor...um perigo para aqueles que se contentam com pouco...ou se convencem a toa...
entendo
acho q a harmonia ñ nasce da continuidade,talvez do insight do ideal de massa e do individuo,....a armadilha da moral é um inicio...
Todos(iluminados) falam sobre o tempo psicologico q é diverso do cronos...algo a falar?
Achei sua pergunta muito interessante. Faz-me lembrar daquele ditado: Deus, dai-me coragem para mudar o que pode ser mudado, serenidade para aceitar o que não pode ser mudado, e sabedoria para distinguir uma situação da outra (obviamente, não me lembro desse famoso ditado com as palavras exatas...). Acho que é sempre de bom alvitre dosar tanto o pessimismo quanto o otimismo. Mas, se é para escolher entre um ou outro, escolho o pessimismo. Porque o otimismo em excesso é uma faca de dois gumes: A decepção com o fracasso é redobrada diante da expectativa exagerada do sucesso. O pessimismo, por outro lado, dosado de forma consciente, pode se tornar uma fonte de alegria em dobro ou até em quadrúplo. E também concordo com sua afirmação sobre o fato do otimismo ou o pessimismo não atraírem vibrações positivas/negativas. O que pode ocorrer é o pessimismo exagerado tornar-se uma depressão psicossomática que origine uma doença física mais grave. Quem acredita em vibrações também deve acreditar em simpatias de virada do ano, "mambo-jambos" e outras bobagens que surgem neste período de festas...
Hum... acho que ter um pouco dos dois não faz mal. As pessoas de hoje veêm um mundo tão mau... mas querem sentir-se bem com a familía e amigos! O péssimismo é uma forma de não desiludirmos-nos mas o que domina mesmo é o optimismo!