Tolerância, Amor e Respeito - como alcançar?

Olá meus amigos (e inimigos! rs)

Quero tentar postar pelo menos uma pergunta menos ácida... hehehe....

Estive "fora" por uns dias. Entre outras coisas, estava meditando para tentar pensar em que direção tomar. E entre essas reflexões, uma me tomou mais tempo. Quero compartilhar ela com vocês, e ouvir (ou ler! rs) a posição dos que quiserem se pronunciar.

Não conheço todas as religiões do mundo, mas conheço ao menos um pouco das principais, e bem as que segui (catolicismo, espiritismo kardecista e cristianismo evangélico).

Em todas as que conheço, os ensinamentos (teoricamente) giram em torno do amor ao próximo e respeito. E, na prática, a fonte do amor ao próximo é o respeito - você não pode amar a quem não respeita, não é mesmo? Pois bem. Quero questionar o que são tolerância, respeito e amor, do ponto de vista de cada religião ou filosofia. Vou me ater às religiões que conheço mais profundamente - e estou totalmente aberto à críticas quanto à elas, desde que vindas de quem realmente faz parte e pratica essa religião.

Primeiro, a religião Kardecista:

Ela ensina que a forma de expressar amor ao próximo são as obras. Ninguém ama só com palavras: você precisa agir, provar seu amor com atos sinceros. Por isso, tantos kardecistas fazem obras de caridade e procuram ajudar o próximo (bom, por isso e também por causa da Lei do Carma).

Quanto à tolerância, o Kardecismo é absolutamente tolerante, ensinando que você pode frequentar qualquer igreja ou religião, e mesmo assim continuar sendo considerado um espírita. E por isso mesmo, os espíritas demonstram respeito a todos - já que nenhuma religião é considerada "errada", não saem por aí pregando que se você não se "converter" ao espiritismo vai pro inferno. Aliás, eles nem crêem em inferno, mas na evolução do espírito.

Segundo, a religião Católica:

Essa religião, apesar de ter a mesma base que a evangélica (a bíblia), tem diversas posições diferentes e até contraditórias com relação à esta. Ensina que o amor ao próximo implica no amor a Deus e, portanto, devemos primeiramente amar as pessoas. Porém ensina também o amor e a devoção à instituição em si (lembra do "Credo"? "Creio em Deus Pai... Na <b>santa igreja católica</b>..."), e ensina que é a única igreja verdadeira, fundada por Pedro, o primeiro papa - em contraste com o Espiritismo, que julga todos os credos aceitáveis desde que as obras sejam concordes com o Bem e a Verdade.

Prega sobre o inferno, mas existe a possibilidade de redenção aos condenados ao inferno, através do pagamento de pecados em uma área temporária (um "buffer" espiritual! hehehehehe.... Só os caras de TI vão entender essa), chamada Purgatório.

É uma religião historicamente separatista (ou seja, que se autoproclama único caminho para a "salvação"), mas com o tempo evoluiu e está cada vez mais sincrética, aceitando culturas e religiões como "parceiras" através do Ecumenismo.

Ensina a seus membros que, embora "jesus" seja o único caminho, não é necessário ou respeitoso bater de porta em porta (ou pregar em público, ou em trens ou ônibus...) porque o caminho da salvação é uma opção pessoal, e não devemos interferir, a não ser dando o bom exemplo e agindo corretamente, para que nossa vida seja testemunho da "fé católica" - o que contribui para que seus membros respeitem a religião e posicionamento alheios.

Finamente, o cristianismo evangélico.

Essa religião, assim como a católica, se baseia na bíblia cristão - mas ao contrário da católica, ensina que a bíblia deve ser interpretada por cada um, e não por um representante máximo mundial.

Isto, por um lado, diminui o poder político da instituição; mas por outro coloca o poder nas mão de pessoas por vezes COMPLETAMENTE despreparadas. O amor ao próximo é uma idéia que pode ou não ser adotada individualmente por cada seguidor, mas não se pode dizer que a religião ensina isso - já que em certas denominações, como a IURD, Mundial do Poder de Deus, Internacional da Graça e por aí vai, são exemplos de seitas que pregam continuamente sobre sucesso, poder, bênção, vitória... mas não mencionam uma frase sequer com relação a amor ao próximo, respeito, etc.

A religião evangélica também se auto-intitula o único caminho até deus; mas ao contrário da católica, todas as seitas dessa religião ensinam seus membros a "evangelizarem". Na verdade, o próprio conceito de amor ao próximo, nesta religião, é diferente: amar ao próximo é convertê-lo para que não vá para o inferno.

Partindo deste princípio, vemos que o potencial para tolerância e respeito à multiplicidade cultural é quase nulo - só não é nulo porque muitos membros não a aplicam, por inconscientemente a acharem cruel, desumana e falsa. Ou seja, se existem religiosos evangélicos que aceitam que outras religiões podem levar a deus, é por decisão própria e não por ensino vindo de sua seita.

Bom, é isso. Gostar

Update:

@Luz: e você não acha que tentar "converter" as pessoas seja um desrespeito e/ou intolerância? Se você acredita que todos os caminhos são igualmente dignos de respeito (a sua religião cristã, o budismo, o islamismo, a umbanda...) por que "converter" um umbandista é pré-requisito para que ele seja "salvo"? Não entendo essa posição.

Update 3:

@Luci: Olá! É verdade, se há algo que admiro nos espíritas é sua capacidade de tolerar. Já conversei pessoalmente com alguns espíritas do centro que frequentei por um tempo, eles sempre aceitaram minha posição como ateu sem "retrucar" - já meus amigos evangélicos (mesmo os que gostam de mim), quando disse que tinha optado pelo ateísmo, quase caíram no chão... Estão fazendo "campanha de oração" pra me reconverter! hahahaha... Tadinhos!

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